por Flávio de Assis
Nos post anteriores, eu explanei acerca da história e desenvolvimento dos movimentos e ideologias em prol aos animais. O que inclui as leis de regulamentação do uso de cobaias não-humanas. Esse meu terceiro post dedico a um filme que trata de um futuro fictício que complementará o meu relato dessa história.
O filme “Distrito 9” relata uma possível vinda de Extraterrestre ao nosso planeta. Os alienígenas estão impossibilitados de deixar a Terra por um defeito da nave. Eles passam a viver isolados em uma área (O distrito 9), designada pelo governo da África do Sul, na cidade de Joanesburgo. Logo, o distrito 9 transforma-se em uma favela na qual E.T.s e Nigerianos (estrangeiros) vivem em situação precária.
Os alienígenas sofrem preconceito e xenofobismo da população local e são proibidos de freqüentar certos lugares onde transitam os seres humanos. Em suma, os Extraterrestres do filme são submetidos a um regime que em muito se assemelha com o apartheid.
Com o aumento exagerado da população dos ETs e, conseqüentemente, o avanço da área ocupada pelo distrito 9; o governo contrata a Multinational United (MNU) para realocar mais de um milhão e oitocentos mil Aliens para uma nova área afastada da cidade. Porém, a reais e ocultas intenções da MNU são utilizar alguns dos ET.s como cobaias, vivissecção e estudar sua tecnologia bélica (a qual somente os Aliens são capazes de operar).
Confesso que no começo do filme não senti nem um tipo de compaixão pelos monstros os quais, quando criança, habitavam na minha imaginação e me davam bastante medo. Ao decorrer do filme, comecei imaginar os negros vivendo situações semelhantes no regime do apartheid.
Infelizmente, os seres humanos sempre aproveitam as brechas da legislação para realizar algo que fere os princípios de ética e moral. Ou ate mesmo exclui determinados seres dos seus próprios princípios de moral: Assim como eu fiz ao assistir esse filme, e há muitos outros exemplos como os que ainda hoje discriminam seres humanos de outras raças, culturas, nações e gêneros; além de seres de outras espécies (desse planeta ou não). Afinal, um rato de laboratório merece menos consideração que nós os humanos? E em qual cultura? Apesar desses questionamentos e considerações devemos evitar ultra-relativismo e ultra-radicalismo. Considerar a individualidade de cada ser vivo e de cada cultura é uma passo importante para se evitar os erros e constrangimentos vindos de uma possível boa intenção. Ou seja, ainda será muito discutido a questão da igualdade entre os seres... Por isso, é importante a articulação de movimentos e leis em prol da execução e fiscalização dos princípios éticos de maneira mais abrangente e conciliadora possível.
Enquanto ao filme, seu clímax ocorre quando um ser humano é contaminado por certo fluido que o transforma gradualmente em um dos alienígenas.
A cena na qual ele está exatamente meio homem e meio alien é chocante: Não só pela transformação em si; mas, também, pelo horror e ódio da população, a perseguição dos militares e as ofensas de teor racista para o homem por ele ser um “mestiço”. Foi quando eu me identifiquei fortemente com os Aliens. E me perguntei: Quem são os verdadeiros monstros? Os humanos ou os alienígenas?
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