Ethos Animalis

"Os animais não são nossos para comer, usar, fazer experiências, ou para entretenimento."

Por Ana Carolina

Ninguém, em sã consciência, poderia ser capaz de maus tratos. Não existe respeito à vida, nessas situações. Não existe sanidade em uma pessoa capaz chutar animais ou naquelas que batem até o bicho morrer ou ainda naquelas que arrancam suas peles enquanto eles ainda estão vivos para fazer um sapato ou uma bolsa mais cara. Muito menos sanidade existe num indivíduo capaz de se divertir com rinhas ou touradas.
Os maus-tratos de animais são práticas muito freqüentes na no decorrer da nossa história. Infelizmente, ainda perduram. É muito comum nos depararmos com situações de maus-tratos contra animais domésticos.
Os circos usam animais exóticos, alguns até estão em risco de extinção, como tigres, leões e elefantes como suas atrações principais. Não é possível ensinar os números e truques que eles realizam no picadeiro sem estabelecer uma relação de dor e de medo. Para ficarem adestrados, os animais são surrados, torturados e acorrentados. Além de outros tipos de maus-tratos que sofrem e também, da falta de cuidados veterinários apropriados.
No dia 10 de julho de 2007, dois tigres siberianos do circo Stankowich morreram, em Campos do Jordão (SP). Os laudos das necrópsias indicam que os animais foram vítimas de uma forte infecção respiratória, provavelmente contraída de gatos domésticos. Isso exemplifica tamanha falta de cuidados e higiene adequados. Estas mortes reacenderam as discussões sobre a utilização de animais para a diversão humana. Os tigres siberianos estão praticamente extintos. Restam menos de mil exemplares no mundo. Vale a pena? É claro que não! Essa diversão custa muito caro!
No circo, os animais são submetidos a atividades que lhes causam grande estresse emocional e psicológico.
Este divertimento deve ser feito sem animais. Existem muitos circos famosos, como o Cirque du Soleil, que não precisam maltratar os bichos para oferecer um bom entretenimento.

A crueldade da farra do boi e dos rodeios

Farra do boi

O estado de Santa Catarina é conhecido por promover um dos piores espetáculos de crueldade contra animais, a Farra do Boi, que ocorre na Semana Santa. Nela, “as pessoas” se divertem ao colocar o animal para correr pelas ruas, e lhe distribuindo pauladas, esfaqueamentos e outros atos de terror. Quem participa de um terror desse não tem nada na cabeça. Quem organiza esta crueldade deve ser preso e quem participa também, você não acha? Quem participa disso não está menos errado, na verdade, está tão errado quanto.
Denúncias de que esta prática não está mais restrita somente àquela época do ano, pelo contrário, tem acontecido com certa freqüência, nos faz pensar até onde o homem é capaz de ir? O que está faltando na educação de nossas crianças? Porque esse tipo de coisa não está extinto?  Até que ponto o homem se acha melhor que os animais? Será que estes indivíduos pensam? O que os leva a fazer isso? Medidas urgentes precisam ser tomadas contra esta prática.

Rodeios

 
Em um rodeio, a dor não é apenas para os animais que participam, mas também para as pessoas que montam nesses animais. O pior é que muitos ainda reclamam quando o touro machuca um desses homens. O touro ainda sai como vilão. Impressionante uma pessoa ainda achar que o animal tem que curtir essa situação. Maltrata, maltrata e quando o bicho tem a chance de sair fora ou correndo ou se proteger mesmo, este é o ruim da história.
Antes do “espetáculo”, bois, cavalos e bezerros sofrem maus tratos terríveis, que, na maioria das vezes, não são vistos por mais ninguém, além do que os fazem. Os animais expostos nas arenas são forçados a se comportar de maneira violenta, não natural. É exigido que ele seja violento mas somente a ponto de divertir as pessoas. Irônico isso, não? Porque o animal não sabe disso. Instigam seu extinto mas não gostam quando ele responde. Ele sofre e ainda tem que ser uma coisa que, na verdade, ele não gosta de ser. Práticas de tortura são usadas para enfurecer o bicho, além das competições, que, na maioria das vezes, prejudicam a integridade física do animal e que podem levá-lo à morte.
Veja o que acontece nas principais competições de um rodeio: 
      Laçada de bezerro: animal de apenas 40 dias é perseguido em velocidade pelo cavaleiro, sendo laçado e derrubado ao chão. O resultado de ser atirado violentamente ao chão pode causar a ruptura da medula espinhal, ocasionando morte instantânea, ou a ruptura de diversos órgãos internos, levando o animal a uma morte lenta e dolorosa.
      Laço em dupla/'team roping': dois cowboys saem em disparada, sendo que um deve laçar a cabeça do animal e o outro as pernas traseiras. Em seguida os peões esticam o boi entre si, resultando em ligamentos e tendões distendidos, além de músculos machucados.
      Bulldog: dois cavaleiros, em velocidade, ladeiam o animal que é derrubado por um deles, segurando pelos chifres e torcendo seu pescoço.

Algumas das ferramentas usadas em rodeio:
Agulhadas elétricas, pedaço de madeira afiado, ungüentos cáusticos.
Sedem ou sedenho: artefato de couro ou crina, amarrado ao redor do corpo do animal (sobre o pênis ou saco escrotal), que é puxado com força no momento em que o bicho sai à arena. Além do estímulo doloroso, pode também provocar rupturas viscerais, fraturas ósseas, hemorragias subcutâneas, viscerais e internas. Dependendo do tipo de manobra e do tempo em que o animal fique exposto a tais fatores pode-se evoluir até a morte.
Objetos pontiagudos: pregos, pedras, alfinetes e arames em forma de anzol são colocados nos sedenhos ou sob a sela do animal.
Peiteira e sino: consiste em uma corda ou faixa de couro amarrada e retesada ao redor do corpo, logo atrás da axila. O sino pendurado na peiteira estressa o animal pelo barulho que produz à medida em que ele pula.
Esporas: às vezes pontiagudas, são aplicadas pelo peão tanto na região do baixo-ventre do animal como em seu pescoço, provocando lesões e perfuração do globo ocular.
Choques elétricos e mecânicos: aplicados nas partes sensíveis do animal antes da entrada à arena.
Golpes e marretadas: na cabeça do animal, seguido de choque elétrico, costumam produzir convulsões e são o método mais usado quando o animal já está velho ou cansado.

Touradas
É uma prática muito antiga que, infelizmente, ainda perdura. 

Consiste em torturar touros e cavalos (que são usados para investir contra os touros), ao perfurá-los com instrumentos que parecem arpões, chamados aguilhões, para que os animais sangrem até a morte. É extremamente violenta e por isso, a maioria das sociedades que ainda praticam touradas são contra a atividade. 

Na arena, onde a angústia e o medo são crescentes, junta-se o sofrimento físico por ser conduzidos com aguilhões e à paulada. Entre outros métodos de preparação para o confronto entre o toureiro e o animal, serram-se os chifres dos bois a sangue frio. 

Depois da tourada, cada animal regressa aos curros, horrivelmente ferido, com um sofrimento agonizante, onde, uma vez mais a sangue frio, sua carne e os tecidos musculares são cortados para arrancar os ferros com os seus arpões, cravados durante a tourada. Todos os procedimentos realizados sem nenhum tipo de anestesia.

Rinha de galos e briga de cães


Rinha de galos

Equipados com afiadas lâminas de metal, na altura das esporas, os galos se vêem forçados a lutar até a morte, ou quase, para satisfazer aos apostadores. O galo que correr da briga, que cai por nocaute, ou quebra a pata ou a asa, perde e acaba, em muitos casos, morrendo.
Os 'galos de briga' só brigam na natureza para defender o seu território e que, nas rinhas, apenas reagem de acordo com o que aprenderam.
Em 2004, no Rio de Janeiro, a prisão de um coordenador de campanha eleitoral do presidente Luís Inácio Lula da Silva trouxe a discussão sobre crueldade contra animais a público novamente. Os acusados pagaram fiança de R$ 1 mil e conseguiram liberdade provisória, mesmo tendo sido presos em flagrante. A briga de galos é proibida no Brasil pela lei de crimes ambientais.


Briga de Cães
Dois cães são colocados juntos para brigarem. A 'luta' só termina quando o dono do cão desiste.
Em combates profissionais, há um combate que a 'luta' termina quando um dos cães morre. Cão de rinha é um cão como outro qualquer, que foi 'treinado e estimulado', desde pequeno para combater outro cão. É um cão que não teve escolha. Ele apenas aprendeu o que o seu dono ensinou. E se ele morde alguém, ele é que é mal. O dono, que é um idiota, é que tem toda a culpa. Vivem dizendo por ai que um cão pegou o próprio dono ou mordeu tal pessoa ou pegou fulano... Mas a culpa é sempre desses estímulos. Um dono que põe seu cão para brigar até morrer não merece só uma mordida. Merece ser preso e apanhar um pouco para ver o que o cão sofre. E nunca poderá ter um outro animal de estimação. Mas o que falta é uma lei dura e firme que não cede a corrupção, o que ainda não existe.
Os cães de rinha geralmente tem orelhas curtas, muitas vezes amputadas. Feridas e machucados constantes e cicatrizes na cabeça, pescoço, pernas e orelhas. A briga de cães é proibida no Brasil pela lei de crimes ambientais.



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Um pouco sobre o Blog

"Bem-vindo ao Ethos Animalis! Este blog foi criado por estudantes de Bioética, da Universidade de Brasília, com o intuito de levantar questões polêmicas e expor diferentes opiniões sobre a experimentação usando cobaias não-humanas. Serão abordadas várias situações, conceitos, exemplos, etc... Nosso objetivo também é mostrar o que já foi feito em prol dos animais no que diz respeito ao seu uso na Ciência. Sinta-se à vontade para comentar, criticar, sugerir, etc. Afinal, num espaço ético, opiniões são expressas e respeitadas!"

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